O Mapa de Iniciativas da Pecuária Sustentável (MIPS) é uma ferramenta que reúne e monitora iniciativas sustentáveis da cadeia pecuária em andamento no Brasil. No Dia da Amazônia, celebrado em 5 de setembro, o destaque fica por conta de três ações que favorecem a preservação do bioma e valorizam produtores rurais engajados com a proteção ambiental.
Entre as ações em andamento que favorecem o bioma amazônico estão: Semeando Sustentabilidade em Apuí, coordenado pelo Idesam; Terramaz em Paragominas, do Cirad; e o Programa Territórios Inclusivos e Sustentáveis na Amazônia, do Solidaridad Brasil – membro associado do Grupo de Trabalho da Pecuária Sustentável (GTPS). São projetos voltados à pecuária que apresentam impactos econômicos positivos aos pecuaristas com a mitigação dos impactos ambientais na Amazônia.
SEMEANDO SUSTENTABILIDADE EM APUÍ
No caso do Semeando Sustentabilidade em Apuí, município do interior do Amazonas, a ONG Idesam conseguiu impactar na produtividade e na lucratividade de algumas fazendas da região. Isso significa mais animais em uma mesma área, mais lucro para o produtor e menor impacto ambiental.
De acordo com a coordenadora do projeto, Marina Reia, a iniciativa surgiu da necessidade de buscar uma nova lógica para o desenvolvimento ambiental, social e econômico do município. “Nosso principal objetivo é criar estruturas e fortalecer ações de sustentabilidade no nível local”, destaca.
Segundo ela, até o momento, a produtividade dos atendidos passou de 0,75 unidade animal por hectare (UA/ha) para 2,5 UA/ha. O lucro por hectare/ano subiu de R$ 500,00 para R$ 1.800,00.
PROJETO TERRAMAZ EM PARAGOMINAS
O Terramaz, em Paragominas no Pará, buscou parcerias com a Embrapa, a Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA) e a prefeitura do município, para trabalhar desde a educação financeira, a recuperação de áreas de preservação, a produção de baixo carbono, até projetos com reservas indígenas e o reforço da participação das comunidades rurais no desenvolvimento territorial. Até 2024 a expectativa de investimento é de € 700 mil, que equivale a cerca de R$ 4,2 milhões na conversão atual.
“O projeto apoia a prefeitura na elaboração do microzoneamento municipal, com base em cartografia de aptidões do solo, visando melhorar em todo território a produção de serviços ecossistêmicos, tanto na esfera econômica – com maior produção agropecuária – como ambiental, regulando melhor os ciclos de água e carbono e formando matriz florestal com alto nível de conectividade”, esclarece René Poccard-Chapuis, que é pesquisador e coordenador do projeto.
PROGRAMA TERRITÓRIOS INCLUSIVOS E SUSTENTÁVEIS NA AMAZÔNIA
Desde 2016, o Solidaridad Brasil já investiu cerca de R$ 4 milhões no programa Territórios Inclusivos e Sustentáveis na Amazônia. Como resultado, já conseguiu reduzir a taxa de desmatamento das propriedades envolvidas em 50%, incluiu mais de 200 famílias em um programa de Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER), que tiveram sua renda aumentada em 51% em função do incremento de produtividade nos sistemas de cacau e pecuária.
“Ainda em 2021, a Solidaridad iniciará uma aceleração e ampliação do modelo na região, com aporte de recursos do Fundo JBS pela Amazônia. O ganho de escala beneficiará diretamente 1.500 famílias e impactará positivamente 75 mil hectares de terra dos municípios de Novo Repartimento, Pacajá, Anapu e Altamira”, pontua o gerente de pecuária e cacau da instituição, Paulo Lima.
MIPS – MAPA DE INICIATIVAS DA PECUÁRIA SUSTENTÁVEL
O MIPS é uma ferramenta do Grupo de Trabalho da Pecuária Sustentável. De acordo com o presidente do Grupo, Sergio Schuler, as iniciativas que fazem parte da base de dados buscam promover uma pecuária moderna, que acontece em harmonia com o meio ambiente. O MIPS está disponível neste link (https://gtps.org.br/mips/), onde é possível conhecer as ações e solicitar o cadastro de novas iniciativas.
“Essas e outras iniciativas são bons exemplos da pecuária sustentável e estão em consonância com o compromisso público do GTPS de implementação do Código Florestal e de repúdio às ações ilegais. A disseminação do conhecimento e o acesso à informação são importantes para o cumprimento da nossa missão de desenvolver uma pecuária cada vez mais sustentável no Brasil”, finaliza o presidente do Grupo, Sergio Schuler.