Em 2024, o Grupo de Trabalho (GT) de Rastreabilidade da Mesa Brasileira da Pecuária Sustentável (MBPS) alcançou avanços significativos em suas atividades, reafirmando a missão da entidade com a promoção do desenvolvimento da sustentabilidade na cadeia produtiva pecuária. Durante o ano, o GT elaborou uma proposta de rastreabilidade individual, que foi apresentada à Secretaria de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (SDA/Mapa) e utilizada como base para as discussões no Grupo de Trabalho de Rastreabilidade da Secretaria, contribuindo para o plano nacional de rastreabilidade do setor.
Com o objetivo de embasar as próximas iniciativas do grupo, as duas últimas reuniões do GT em 2024 contaram com a apresentação especial de duas iniciativas inovadoras para rastreabilidade na pecuária: o Sistema Oficial de Rastreabilidade Bovídea Individual do Pará (SRBIPA) e a plataforma de rastreabilidade e monitoramento socioambiental do IMAC (Instituto Mato-Grossense da Carne).
O programa do Pará demonstrou ser um marco ao implementar a rastreabilidade bovídea obrigatória no Estado, assegurando a integridade sanitária e ambiental dos animais em toda a cadeia produtiva. Já o programa Passaporte Verde do IMAC destacou resultados promissores na regularização de produtores, oferecendo uma solução prática e escalável para atender exigências mercadológicas e socioambientais.
“As reuniões foram essenciais para entender o impacto dessas ferramentas e explorar o potencial de expansão para outras regiões, avaliando o alinhamento com a política pública da MBPS e os desafios regionais para uma implementação eficiente,” comentou Aécio Flores, coordenador do GT.
A rastreabilidade bovina no Brasil já é uma realidade consolidada, especialmente no contexto da exportação para a União Europeia. Atualmente, a exportação de carne in natura para a UE segue o Protocolo Europa.Desde 2001, cerca de 1.400 propriedades rurais brasileiras têm rastreado 100% de seus rebanhos, garantindo a continuidade das exportações de carne bovina para os países europeus. Essas propriedades fazem parte da Trace, uma lista de Estabelecimentos Rurais Aprovados (ERAS) do SISBOV, validando as propriedades aptas para exportar carne bovina à União Europeia.
As prioridades do GT de Rastreabilidade para 2025 incluem acompanhar a implementação da proposta de política pública de rastreabilidade individual junto ao GT da SDA/MAPA, assegurando a divulgação dos resultados para demonstrar o sucesso da iniciativa. Será dada ênfase à aceleração da adesão dos produtores, promovendo reinserção no sistema e destacando as soluções e oportunidades oferecidas pela rastreabilidade, com apoio de parcerias locais que permitam uma implementação gradual e adaptada às realidades regionais.
Além disso, trabalharemos para fomentar a adoção dos critérios socioambientais da proposta de política pública, garantindo a conformidade das propriedades rurais e a validação desses critérios por parte dos atores relevantes. Por fim, será realizado um diagnóstico do uso do GTA e do CAR como ferramentas de conformidade, consolidando informações e orientando os produtores sobre os benefícios e incentivos da rastreabilidade.
Investir em rastreabilidade não é apenas uma resposta às exigências de mercados externos; é um compromisso com a sustentabilidade da pecuária brasileira. Ao demonstrar que é possível produzir de forma responsável, o Brasil reforça sua liderança no setor, garantindo competitividade global e segurança alimentar para sua população.
“Essas ações consolidam a relevância da MBPS ao aprofundar discussões em temas emergentes. Seguiremos desempenhando nosso papel de liderança, conectando inovação, sustentabilidade e transparência para fortalecer a cadeia produtiva da pecuária brasileira,” finalizou Beatriz Pressi, coordenadora técnica da MBPS.