São Paulo, março de 2025 – O setor de saúde animal, representado pela associação global Health for Animals, com apoio estratégico do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Saúde Animal (Sindan), está liderando uma iniciativa para alinhar a cadeia produtiva de proteína animal em torno da sustentabilidade, inovação tecnológica e produtividade. Embora a COP30, conferência climática da ONU que será realizada no Brasil em novembro, seja o foco neste momento, a campanha de valorização seguirá após o evento.
Em um primeiro encontro, realizado em São Paulo, nos dias 10 e 11 de março, estiveram presentes algumas das principais lideranças das indústrias de saúde animal no Brasil, além de representantes dos frigoríficos, da Confederação da Agricultura e Pecuária – CNA e da Mesa Brasileira da Pecuária Sustentável.
Carel du Marchie Sarvaas, diretor executivo da Health for Animals, ressalta a relevância dessa união: “A COP30 é uma excelente oportunidade para começarmos esse alinhamento setorial. Nossa intenção, porém, é consolidar permanentemente uma visão comum em torno da produtividade e da sustentabilidade na cadeia produtiva da carne. Animais mais saudáveis significam maior eficiência, menor impacto ambiental e benefícios claros para os produtores e os brasileiros em geral.”
A indústria de saúde animal desempenha hoje um papel decisivo para a sustentabilidade e eficiência da pecuária. Tecnologias como vacinas e aditivos alimentares permitem que os animais alcancem peso de abate mais rapidamente, resultando em menor uso de recursos naturais como terra, água e pastagens, além de contribuir para uma significativa redução nas emissões de gases de efeito estufa na atividade.
“Sustentabilidade de verdade é produzir mais utilizando menos áreas. Mas isso só é possível com a adoção de tecnologias por parte dos produtores. As fazendas mais tecnificadas já vêm reduzindo significativamente as suas emissões. O grande desafio ainda é garantir o acesso dos pequenos produtores a essas tecnologias”, afirma Emilio Salani, vice-presidente Executivo do Sindan.
Dados técnicos comprovam a relevância dessa abordagem: segundo a FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação), tecnologias aplicadas à saúde animal podem cortar as emissões da pecuária em até 35% até 2050. Além disso, um relatório recente da Oxford Analytica indica que a prevenção de doenças no rebanho pode reduzir as emissões em até 800 milhões de toneladas.
“Eventos como esse são fundamentais para fortalecer o diálogo e a construção de soluções coletivas para os desafios do setor. A participação da Mesa Brasileira reforça a importância da colaboração entre diferentes elos da cadeia produtiva, consolidando uma visão conjunta e estratégica para a sustentabilidade. Somando forças, conseguimos avançar de forma mais estruturada e eficiente”, diz Ana Doralina Menezes, presidente da Mesa Brasileira da Pecuária Sustentável.
Desafios para implementação
Embora existam evidências claras dos benefícios das tecnologias de saúde animal, desafios ainda limitam sua adoção, como a escassez de financiamento climático específico para a pecuária e entraves regulatórios. Mesmo em mercados desenvolvidos, as taxas de vacinação não ultrapassam 50%.
“É crucial aumentar o acesso dos produtores às tecnologias existentes, especialmente para pequenos e médios, permitindo que eles adotem práticas mais sustentáveis e produtivas”, conclui Salani.
Sobre a Health for Animals
A Health for Animals é uma associação global que representa as principais indústrias de saúde animal, promovendo soluções tecnológicas inovadoras para garantir sustentabilidade e produtividade na cadeia produtiva da carne mundial.
Sobre o Sindan
Fundado em 1966, o Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Saúde Animal (Sindan) congrega 85 empresas responsáveis por cerca de 90% do mercado brasileiro de medicamentos veterinários. Entre as suas atribuições, estão a representação legal das indústrias de saúde animal perante os órgãos oficiais, a produção de estudos, coordenação de campanhas sanitárias e educativas, além da comunicação e defesa da reputação do setor.