A participação da Mesa Brasileira da Pecuária Sustentável na COP 30 reforçou o protagonismo do Brasil na transição para sistemas produtivos mais eficientes, inclusivos, e alinhados às metas climáticas.
Ao longo de 10 agendas oficiais, distribuídas pela AgriZone, Green Zone e espaços parceiros, a entidade apresentou evidências, experiências e caminhos concretos para impulsionar a pecuária brasileira na agenda do clima; todos conectados ao seu posicionamento “Pecuária Brasileira Aliada do Clima e da Segurança Alimentar”.

Durante as agendas, a Mesa Brasileira pode mostrar como ciência, políticas públicas, inovação e práticas sustentáveis se complementam para impulsionar produtividade, reduzir emissões e fortalecer a inclusão socioprodutiva, ao mesmo tempo em que reforçou seu papel como articuladora dos diferentes elos da cadeia da pecuária sustentável no Brasil.
A representação institucional da entidade na COP 30 contou com quatro porta-vozes: Ana Doralina Menezes (presidente), Lisandro Inakake de Souza (vice-presidente), Fernando Sampaio (Comissão Executiva) e Michelle Borges (gerente executiva).
Eficiência produtiva e práticas de baixo carbono
O Brasil já possui caminhos concretos para produzir mais na área já aberta, com tecnologias tropicais, manejo adequado de pastagens e sistemas integrados que reduzem emissões e ampliam renda.
“Eficiência produtiva é o eixo que conecta produtividade, renda, mitigação e segurança alimentar”, comentou Fernando Sampaio, reforçando que intensificar com sustentabilidade é um dos pilares da transição para uma pecuária de baixo carbono.

Mitigação de metano e avanço das tecnologias climáticas
Avançar na mitigação do metano exige ações específicas, como tecnologias inovadoras, nutrição adequada, genética, sistemas integrados e aditivos.
“Ampliar a mitigação exige atuação conjunta: levar assistência técnica, informação qualificada e incentivos até a ponta, garantindo que produtores tenham condições reais de adotar boas práticas,” destacou Michelle Borges, apontando que é essencial que políticas públicas, setor privado, ciência e financiadores caminhem lado a lado para dar escala, investimentos e resultados concretos.

Rastreabilidade, transparência e integração de dados
O Brasil tem capacidade para implementar rastreabilidade em escala, desde que haja clareza regulatória, integração entre plataformas e incentivos compatíveis com a realidade do produtor. A agenda de transparência foi apresentada como oportunidade de mercado, não como instrumento punitivo.
“Transparência não pode ser sinônimo de punição; ela precisa ser associada a valor, previsibilidade e confiança”, reforçou Lisandro Inakake, destacando que sistemas interoperáveis são essenciais para ampliar mercados e fortalecer a credibilidade do setor.
Inclusão socioprodutiva e políticas públicas integradas
A sustentabilidade ganha escala quando pequenos e médios produtores têm acesso à assistência técnica, regularização, crédito orientado e mercados formais. Políticas públicas integradas, combinando ordenamento territorial, apoio produtivo e incentivos econômicos, foram defendidas como essenciais.
“Sustentabilidade real é aquela que inclui, orienta e viabiliza o produtor, garantindo permanência produtiva e ambiental”, reforçou Ana Doralina Menezes, destacando a importância de integrar programas como ATER, PNCPD/Caminho Verde e Plano ABC+ ao território.

Financiamento e mecanismos para destravar a transição
A entidade também contribuiu para discutir mecanismos financeiros capazes de reduzir riscos, combinar recursos públicos e privados e viabilizar investimentos em tecnologias, regularização e melhoria de pastagens. O fortalecimento de blended finance, seguros, fundos e linhas de crédito específicas foi apontado como um caminho indispensável.
“A transição só acontece quando financiamento, assistência técnica, regularização e mercado caminham juntos”, resumiu Fernando, reforçando que ampliar o acesso ao crédito e tornar os instrumentos mais adequados à realidade dos produtores é fundamental para acelerar resultados.
Conclusão
A COP 30 evidenciou que a pecuária brasileira é parte da solução climática global. A Mesa Brasileira da Pecuária Sustentável sai de Belém fortalecida como espaço de convergência, articulação e construção coletiva, conectando evidências, tecnologias e políticas públicas à realidade do campo, e reafirmando que a pecuária sustentável do Brasil tem um papel central na agenda climática e na segurança alimentar mundial.
E agora, avançará para fortalecer as condições habilitantes: rastreabilidade individual, boas práticas ampliadas, apoio técnico ao produtor rural, inclusão socioprodutiva e mecanismos financeiros mais acessíveis.
Para esse avanço, todos os elos precisam estar conectados. Por isso, junte-se à Mesa Brasileira e faça parte da construção de uma pecuária brasileira cada vez mais eficiente, inclusiva e protagonista da sustentabilidade global.







