O setor pecuário brasileiro é uma potência global. É a casa do maior rebanho comercial de gado do mundo e líder na produção de alimentos para mais de 150 países. No entanto, nossa força vem acompanhada de um dever: mostrar que é possível produzir mais com menos: menos emissões, menos desmatamento e menos impacto ambiental.
Essa é a visão capturada no novo documento de posicionamento divulgado pela Mesa Brasileira de Pecuária Sustentável (MBPS) antes da COP30.
Este documento histórico traça um roteiro claro e prático para um setor pecuário de baixa emissão, inclusivo e competitivo, posicionando o Brasil como um modelo global de produção sustentável de alimentos, desde que adotemos tecnologias e práticas que tornem a sustentabilidade mensurável, transparente e lucrativa.
Para a Gallagher, este documento representa mais do que uma política. Ele reflete um compromisso comum de empoderar os produtores, proteger o meio ambiente e construir um futuro resiliente para a agricultura brasileira.
A pecuária como solução
Nosso setor pecuário, antes visto através das lentes estreitas do volume e do desmatamento, agora está definindo uma nova narrativa em que produtividade, regeneração e inclusão andam de mãos dadas. O futuro da pecuária brasileira não se resume a manter nossa carne bovina na mesa do mundo, mas sim a garantir que essa mesa seja abundante para as gerações futuras.
Quando escrevi meu artigo anterior, “Mantendo a carne bovina brasileira na mesa”, meu foco era manter a confiança, provando que a carne bovina brasileira poderia atender às crescentes expectativas mundiais de rastreabilidade e responsabilidade.
Hoje, essa conversa evoluiu. O desafio não é mais apenas manter o acesso, mas liderar por meio da transformação.
O último documento de posicionamento da Mesa Brasileira de Pecuária Sustentável (MBPS) descreve isso claramente: a pecuária pode ser um impulsionador de soluções climáticas. Não uma fonte de emissões, mas um meio de restaurar terras degradadas, equilibrar ecossistemas e fortalecer comunidades rurais.
O Brasil atualmente usa pouco mais de um terço de seu potencial de pastagem. Ao regenerar o solo, integrar lavoura e pecuária e melhorar a gestão da terra, podemos aumentar a produção sem cortar um único hectare de floresta. Isso não é teoria, já está acontecendo em milhares de fazendas onde sustentabilidade e lucratividade agora crescem juntas.
Parcerias, pessoas e progresso
Uma mudança dessa magnitude não acontece isoladamente. Ela acontece por meio da colaboração: além das fronteiras, entre os setores e além dos portões das fazendas.
Este ano, no Brasil-Nova Zelândia AgroDay 2025, vi esse espírito de parceria em ação. Duas nações, separadas por oceanos, mas unidas por um propósito, provando que inovação e gestão responsável podem avançar juntas. O Brasil traz escala e biodiversidade; a Nova Zelândia traz eficiência e gestão precisa. Combinadas, essas forças formam um modelo de pecuária sustentável que equilibra produtividade e cuidado com a terra.
Esse mesmo princípio de colaboração deve se estender por todo o Brasil. Mais de 2,5 milhões de produtores impulsionam nossa indústria pecuária; a maioria deles de pequeno ou médio porte. Sua inclusão é vital para transformar a visão de sustentabilidade da MBPS em realidade. Trabalhando em conjunto com todos os setores da cadeia pecuária, estamos ajudando a oferecer treinamento, suporte técnico e soluções inteligentes que tornam a sustentabilidade alcançável para todos os produtores, não apenas para alguns.
A tecnologia é a chave
O documento de posicionamento da MBPS deixa uma coisa clara: dados e transparência são a base do progresso sustentável.
O novo Plano Nacional de Identificação de Bovinos e Bubalinos (PNIB) do Brasil e a modernização do SISBOV são passos críticos para um sistema pecuário totalmente rastreável e integrado, capaz de conectar informações fiscais, ambientais e fundiárias em uma única rede confiável.
Na Gallagher, vemos a tecnologia como a ponte que torna essa visão viável na prática. Nosso papel não é complicar o manejo na fazenda, mas simplificá-lo. Ajudar produtores de todos os portes a capturar, conectar e usar dados de maneira que fortaleça seu negócio e as metas de sustentabilidade do Brasil é fundamental para nossa missão.
Ao digitalizar informações sobre a terra e animais e conectá-las a sistemas nacionais como o PNIB, ajudamos os agricultores a demonstrar conformidade, melhorar a produtividade e acessar financiamentos verdes e mercados premium. A tecnologia só se torna significativa quando capacita as pessoas a alcançar algo maior: rebanhos mais saudáveis, pastagens mais resilientes e ganhos ambientais mensuráveis.
O momento do Brasil na COP30
À medida que o mundo se reúne para a COP30 em Belém, todos os olhos estarão voltados para o Brasil para demonstrar compromisso e apresentar resultados reais.
O lançamento do documento de posição do MBPS sinaliza que nosso setor pecuário está pronto para agir, pronto para provar que produção e preservação podem avançar juntas. É um momento de orgulho e responsabilidade.
Na Gallagher, temos orgulho de estar ao lado dos produtores, pesquisadores e formuladores de políticas que estão construindo esse futuro. Nosso papel é apoiar, conectar e ampliar seus esforços; tornar a sustentabilidade não apenas mensurável, mas alcançável para todas as fazendas.
Um futuro que vale a pena construir juntos
A história da pecuária brasileira não é mais sobre defender nossa posição, mas sim redefini-la. Ao unir tecnologia, parceria e um propósito comum, estamos provando que o caminho para a sustentabilidade passa pelo portão da fazenda e que aqueles que trabalham a terra todos os dias são os verdadeiros inovadores da nossa era.
O mundo não precisa apenas de mais carne bovina. Ele precisa de carne bovina de melhor qualidade. Carne bovina produzida com cuidado com os animais, respeito pelas pessoas e responsabilidade pelo planeta. Essa é a história que a pecuária brasileira está escrevendo, e a Gallagher tem a honra de ajudar a contá-la.
Fonte: Gallagher
