As exportações de couros e peles do Brasil apresentaram crescimento em área e peso remetidos ao mercado internacional em 2023. Foram altas de 13,0% em metros quadrados e 21,5% em toneladas em relação ao balanço de 2022, de acordo com dados oficiais analisados pelo Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB). Ao longo de 2023, 81 países compraram couro brasileiro.
Foram 158,9 milhões de metros quadrados remetidos ao exterior, o que equivale a 430,6 mil toneladas. Em valores, esses números representaram em 2023 US$ 1,1 bilhão (baixa de 8,3% ante 2022). A participação por tipo de couro no total das exportações do ano passado foi: acabado 51,9%, semiacabado 12,4%, wet blue 25,4%, raspa de wet blue 9,3% e couros salgados 1,1%.
Sobre origens e destinos, as remessas de couro brasileiro para o exterior partiram principalmente do Rio Grande do Sul, que teve participação de 26,7% em 2023. Em seguida, ficou o Paraná (19,0%) e São Paulo (15,6%). Os principais importadores foram: China e Hong Kong (participação de 31,5%), Estados Unidos (16,0%) e Itália (12,1%).
Segundo a análise de Rogério Cunha, da Inteligência Comercial do CICB, o fechamento de 2023 para as exportações do couro brasileiro reflete o ano de muito trabalho do setor. “Com preços em baixa em todo o mundo, tivemos uma sobrecarga adicional de produção para tentar compensar possíveis perdas, mantendo plantas com grande capacidade de entrega e resultados em volumes”, afirma. Conflitos geopolíticos e a retomada posterior das atividades habituais após a pandemia na China (principal mercado para o couro do Brasil) têm influência nos números do país.
Para 2024, a entidade projeta um ano de desafios e muito investimento em sustentabilidade. “Está no propósito de todos os curtumes do Brasil a valorização do couro e, mais especialmente, o olhar profundo sobre a sustentabilidade. Há muitos projetos em andamento com esforços conjuntos em toda a cadeia de fornecimento dos curtumes para o aprimoramento de processos e registros, e essa será a tônica desse ano”, afirma Rogério.
Fonte: CICB