A sustentabilidade ganhou maturidade, nome e sobrenome. Afinal, agora é referenciada pela sigla em inglês ESG (Environmental Social and Governance), conquistando continuamente espaço na mídia, em acordos e fóruns mundo afora, além de estar nas agendas e metas das empresas, nos bônus dos executivos e até na mesa do bar.
Apesar de haver um clima tenso e polarizado entre algumas alas, é claro que as discussões seguem mais maduras e com propostas mais viáveis, além de compromissos mais claros e sanções mais severas e aplicáveis.
Esse processo de ganho de percepção e alcance da sustentabilidade no agronegócio pegou ritmo na última década, e a atual maturidade e objetividade devem-se muito à evolução tecnológica, também neste mesmo período.
Cenário propício
Existe hoje um incrível ecossistema de inovação para o Agro, com as Bigtechs direcionando atenção e recursos, as Telecoms buscando entender as dores, Satélites de big a nanos sendo lançados sem parar, custos de armazenamento caindo e capacidade de processamento aumentando.
Além disso, a demanda também cresceu. Impulsionado pelas urgências climáticas, o mercado, sempre soberano, vem ditando novas regras e condições para os produtos que chegam nas gôndolas, exigindo, cada vez mais, garantias de uma matéria-prima livre de práticas socioambientais inadequadas. Ou seja, o ambiente não poderia ser melhor.
É este cenário que está propiciando um borbulhar de startups e de iniciativas .org e .gov, tanto no Brasil como fora, muitas focadas na sustentabilidade do Agro.
Apenas para citar alguns casos mais recentes, temos a Microsoft e o Imazon lançando o PrevisIA, com Inteligência Artificial para detectar locais com maior probabilidade de serem desmatadas; o Mapbiomas, que, além de contar a estória da dinâmica de uso e ocupação do solo dos últimos 30 anos, está disparando alertas de desmatamento; o IPAM, que inovou com o Conserv remunerando a floresta em pé; a Embrapa, com múltiplas iniciativas e destaque para a oferta de conteúdo via APIs; o INPE, turbinando seu portal Terrabrasilis; o Lapig, decifrando as pastagens; o Banco do Brasil, com o marketplace Broto; o Global Forest Watch, monitorando desmatamento no mundo todo; e a Trace, lançando até App de rastreabilidade bovina.
Tudo com forte apoio e incentivo do MAPA e do BC que têm sido promotores da inovação tecnológica, com revisões e publicações de importantes resoluções regulatórias para o crédito rural, gerando desafios complexos para a fiscalização remota dos recursos da União.
Realmente, estamos vivenciando um momento de renovação, novo olhar e digitalização do campo.
O trabalho da Agrotools
Aqui na Agrotools, seguimos entregando tecnologia para que as corporações do Agro possam enxergar melhor o que acontece no campo, valorizando e reconhecendo os produtores que produzem e preservam, e, assim, oferecendo melhores condições de crédito, seguros, insumos ou compras da produção.
Vivemos uma explosão de oportunidades criando demasiado espaço para as ideias, e há de ter cuidado e atenção com as propostas, pois o momento e o mercado requerem soluções reais, seguras, escaláveis e que tenham continuidade e consistência. O tempo agora não é mais para experiências volúveis, então, para quem estiver preparado para dropar as big waves, o sucesso e o reconhecimento são inevitáveis.
Breno Felix é diretor de Produtos da Agrotools, empresa líder em tecnologia para o agronegócio no Brasil e América Latina e associada ao GTPS.
Artigo publicado originalmente na edição 180 da Revista Feed & Food.