Pela primeira vez, a nova versão do GHG Protocol Agropecuário foi apresentada aos participantes do Grupo de Trabalho (GT) de Clima, do Grupo de Trabalho da Pecuária Sustentável (GTPS), a Mesa Brasileira de Pecuária Sustentável. A ferramenta faz o balanço de gases do efeito estufa (GEE) em atividades agropecuárias e identifica oportunidades de redução de emissões. Os participantes do GT terão acesso exclusivo à nova versão.
O projeto de aprimoramento tem o apoio da Embrapa, FGV e Minerva Foods. De acordo com o Professor Eduardo Assad, que participa dos estudos, nesta fase de testes é essencial que a ferramenta seja fortemente divulgada e que seu uso seja estimulado.
“É um sistema aberto, de acesso livre e todos podem dar a sua contribuição”, destacou Assad. Ainda não há data prevista para o lançamento oficial da versão atualizada. Quem quiser conhecer e utilizar a versão atual pode acessar o site oficial.
A ferramenta
O GHG Protocol Agropecuário, criado pelo World Resource Institute (WRI), tem o objetivo de apoiar o setor para aumentar a produtividade a partir de técnicas de baixo carbono. Além disso, com os dados podem ser utilizados para a comunicação de resultados aos investidores e aos consumidores finais, respondendo às demandas nacionais e internacionais por produtos menos intensivos em carbono.
“Ela foi desenvolvida em Excel para facilitar a divulgação e também para que fosse simples de abrir e entender todas as suas funcionalidades”, explicou o consultor da WRI, João Paulo Silva. Os dados são apresentados em formato de gráficos e tabelas, incluindo o balanço de carbono e outros indicadores de eficiência.
Histórico
A ferramenta adaptada para o cenário brasileiro começou a ser concebida em 2011 e, em 2015, a primeira versão foi finalizada. A Liga do Araguaia adotou o protocolo para fazer o balanço. Simultaneamente, o Imaflora comparou o GHG com cerca de cinco outras ferramentas disponíveis no mercado internacional e concluiu que é muito parecida, porém com a vantagem de ser tropicalizada.
A Minerva Foods também testou e passou a contribuir com o desenvolvimento da nova versão. A analista de sistemas de informações geográficas da empresa, Vanessa Pugliero, contou que alguns pecuaristas foram selecionados e convidados a preencher o GHG. Segundo ela, os testes ainda seguem e, atualmente, as principais deficiências percebidas são o tempo demandado para o preenchimento completo e a dificuldade de reunir diferentes gerências dentro de uma mesma fazenda para ter acesso aos diversos dados necessários.
Atualmente, a Santos Lab tem o GHG Protocol Agropecuário incorporado em sua plataforma que faz o cálculo e o monitoramento de carbono nas propriedades.
Fonte: Feed&Food