O Grupo de Trabalho de Terra (GT) do GTPS iniciou um novo ciclo de debates no dia 16 de fevereiro, quando as empresas associadas e convidados especiais compareceram à primeira reunião do ano.
O grupo, que está em sua 7ª reunião, foi criado com o objetivo de trazer novos direcionamentos para o uso mais eficiente da terra na cadeia da pecuária bovina brasileira, contribuindo para a redução do desmatamento, das emissões de gases de efeito estufa, remoção de CO2 em escala e outras questões ambientais relacionadas ao uso da terra.
Neste novo ciclo, o GT aprofunda a discussão sobre o monitoramento da mudança de uso da terra na pecuária. O objetivo é investigar as mudanças que tem acontecido em relação ao uso da terra, buscando um entendimento sobre a mudança do uso da terra na pecuária, incluindo a situação das pastagens degradadas que estão em recuperação no Brasil e o que tem conduzido a conversão do uso da terra atualmente.
Para aprofundar o conhecimento sobre esses assuntos já na primeira reunião, a Mesa Brasileira convidou o professor titular da Universidade Federal de Goiás, Laerte Ferreira, para falar sobre o mapeamento das pastagens no Brasil, realizado pelo LAPIG.
O LAPIG/UFG é um laboratório de processamento de imagens e geoprocessamento e disponibiliza o Atlas das Pastagens, um espaço virtual, público e gratuito produzido pela UFG que apresenta o mapeamento anual das pastagens desde 1985. A ferramenta disponibiliza dados inéditos sobre o uso do território brasileiro, em especial as áreas de pastagem no Brasil ao longo do tempo. Os dados são gerados no âmbito da iniciativa do Mapbiomas.
Na ocasião, Laerte trouxe alguns dados importantes sobre as pastagens brasileiras, como o fato de que cerca de 35% do território nacional é composto de áreas antropizadas e, dentro disso, 90% é ou já foi pastagem. A pastagem é a principal forma de uso da terra no Brasil com cerca de 160 milhões de hectares, representando 19% da área total. Com uma média de 165 milhões de UA (IBGE, 2021), o Brasil ainda apresenta um potencial produtivo abaixo da área, com um enorme potencial para intensificação e aumento da produção.
“Ao mesmo tempo que temos toda essa área convertida na forma de pastagem, que é a principal forma de uso de terra no Brasil, também temos um potencial gigantesco de aumentar a produtividade e otimizar o uso dessas pastagens, mitigar gases de efeito estufa e implementar todos os serviços ambientais para as áreas de pastagens”, diz Laerte.
A próxima reunião do GT de Terra está prevista para acontecer no dia 8 de março, com participação especial do coordenador de programas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), Dr. Claudio Almeida.
O próximo grupo a iniciar o ciclo de estudos será o GT de Rastreabilidade, com início previsto para 13 de abril. Neste novo ciclo, Aécio Flores, vice-presidente da ABCAR – organização associada ao GTPS – coordenará o grupo na apresentação das propostas prioritárias definidas durante o último ano sobre a melhoria do sistema de rastreabilidade individual de bovinos no Brasil.
Em 2023, o GT de Rastreabilidade deve criar um embasamento técnico para um posicionamento, baseado nas entregas realizadas nos ciclos anteriores, além de produzir termos de compromisso do setor de rastreabilidade para o setor produtivo e indústrias.
Para participar dos debates dos Grupos de Trabalho do GTPS é preciso se associar ao Grupo ou estar entre os especialistas convidados.