Um webinar promovido pela Aliança Brasileira de Pesquisa em Finanças e Investimentos Sustentáveis (BRASFI) contou com a presença da Mesa Brasileira de Pecuária Sustentável (GTPS) na sexta-feira (1º). Representado pela gerente executiva Luiza Bruscato, o Grupo esteve ao lado da academia e da indústria para falar sobre ‘Pecuária: Água e Carbono em foco na agenda ESG – um olhar sobre boas práticas’.
De acordo com Charton Locks, da Produzindo Certo, os maiores desafios para a questão da água e do carbono estão na assistência técnica aos produtores rurais, no investimento necessário para o emprego da tecnologia no campo e na recuperação das pastagens degradadas.
“Também precisamos valorizar quem está conseguindo reduzir a pegada hídrica e de carbono, e aí entra a indústria, que deve apoiar esse produtor criando um bom relacionamento comercial e aproveitando para atingir os próprios compromissos públicos. E quando consumidor entra na conta e consegue dar preferência a esse produto, conseguimos fechar a equação e todo mundo ganha”, falou Charton.
Indústria
Em nome da indústria, duas empresas participaram da discussão. “Temos o compromisso de ser net zero até 2040 e isso não se faz sozinho. Estamos fomentando o tema com nossos produtores, levando conhecimento e tecnologia até o campo. É desafiador, mas também muito gratificante ver tudo ser implementado e gerando valor para a cadeia”, disse Janile Piccoli, da BRF.
Bárbara Sollero falou em nome da Nestlé: “Trabalhamos nessa jornada de boas práticas hídricas e redução de carbono há pelo menos 15 anos. É um compromisso global assumido pela companhia e, para cumpri-lo, focamos em estratégias para fazer com que o produtor se sinta parte da solução, e não do problema”, contou.
Papel da ciência
Para o pesquisador da Embrapa, Prof. Dr. Julio Palhares, o primeiro passo é saber como estão lidando com a água no sistema de produção, ou seja, começar a medir. “Não é possível gerenciar o que não se conhece. Sabendo onde estamos sendo eficientes e ineficientes, é possível manter as eficiências e corrigir as ineficiências”, afirmou.
Ainda de acordo com ele, as informações levantadas voltam para a ciência, que retorna para a indústria e para os produtores com o resultado desses estudos para, então, ser possível conquistar cada vez mais eficiência. “Ninguém vai fazer isso sozinho. A ciência tem o conhecimento, mas precisa da parceria para conhecer a realidade”, disse Julio.
Reunião de todos os elos
Luiza Bruscato enfatizou a importância da participação de todos os elos da cadeia pecuária na busca por soluções – maneira como funciona o trabalho do GTPS. “A ciência está aí e já conhecemos vários caminhos, mas o desafio, de fato, é implementar em larga escala, chegar em um número considerável de fazendas. Sob diferentes perspectivas e de forma integrada, estamos olhando para essas questões e tentando endereçá-las com o objetivo de buscar soluções e, provavelmente, isso vai acontecer com grandes arranjos institucionais que envolvam todos os atores da cadeia”, finalizou.
Assista abaixo o webinar na íntegra.