Ultrapassar a marca de 10 mil fazendas na Plataforma Produzindo Certo ou 8,5 milhões de hectares monitorados — com diagnósticos socioambientais completos, visitas técnicas e planos de ação estruturados — não é apenas um resultado numérico. É um feito que traduz a força de um modelo que une tecnologia, escuta ativa e proximidade com o produtor para tornar a sustentabilidade uma realidade dentro da porteira.
“É um marco na nossa trajetória, refletindo anos de esforço e confiança construída junto aos produtores rurais e parceiros. Representa que é possível aplicar sustentabilidade de forma estruturada, técnica e com escala”, afirma a CEO da Produzindo Certo, Aline Locks.
A conquista consolidada em março ganhou destaque na imprensa nacional e foi tema de reportagem na Forbes Agro, que classificou a empresa como uma “guardiã” do campo responsável, com presença crescente em biomas estratégicos como Cerrado, Amazônia e Pantanal.
Na entrevista a seguir, Aline revela os bastidores desse crescimento acelerado, os desafios da transição de ONG para empresa em 2019 — um ponto de virada para a escalabilidade do negócio — e os aprendizados ao transformar demandas do mercado em ações práticas no campo.
“Um dos grandes desafios é traduzir as exigências de mercado em ações concretas para o produtor. E isso requer muito mais do que tecnologia: requer mediação, confiança e tempo”, resume a executiva.
Outro ponto importante da conversa é a visão de futuro. A CEO compartilha metas ambiciosas, como dobrar o número de propriedades atendidas, expandir a atuação internacional e integrar ainda mais dados, serviços e inteligência à Plataforma Produzindo Certo.
A empresa já está presente em países como Paraguai, Colômbia, México e Argentina, e se posiciona como protagonista na transição rumo a uma agricultura regenerativa, rastreável e conectada às novas exigências globais.
“Seguimos juntos, com o pé no campo, a mente nos dados e o coração no propósito de construir uma agricultura que produz, conserva e transforma. O futuro é regenerativo – e ele já começou”, destaca a CEO.
A Produzindo Certo acaba de ultrapassar a marca de 10 mil fazendas em sua Plataforma. O que esse número representa para você e para a história da empresa?
Ultrapassar a marca de 10 mil fazendas na nossa Plataforma é um momento extremamente simbólico e gratificante para a Produzindo Certo. Esse número representa não apenas a escala do impacto positivo que estamos gerando, mas também valida a importância do nosso propósito de conectar sustentabilidade à produção agropecuária brasileira. É um marco na nossa trajetória, refletindo anos de esforço e confiança construída junto aos produtores rurais e parceiros. Representa que é possível aplicar sustentabilidade de forma estruturada, técnica e com escala dentro da produção agropecuária.
Quais foram os principais marcos e decisões estratégicas que permitiram alcançar esse patamar? Houve algum ponto de virada?
Um ponto de inflexão importante foi a transição de ONG para empresa em 2019. Essa decisão trouxe agilidade, capacidade de escalar e uma nova forma de dialogar com o mercado. Também foi estratégico o desenvolvimento da plataforma digital da Produzindo Certo, que permitiu ganhar eficiência sem abrir mão da profundidade técnica. Por fim, parcerias com grandes players nacionais e internacionais foram fundamentais para ampliar nossa atuação.
Como esse crescimento se refletiu internamente — em estrutura, equipe, processos ou tecnologia?
Internamente, esse crescimento exigiu uma reestruturação intensa. Fortalecemos nossas áreas de tecnologia, criamos novos processos de governança e passamos a operar com um olhar mais focado em dados. Mas mantivemos a escuta ativa aos produtores e a entrega de valor no campo, que são pilares do nosso trabalho.
Quais biomas e regiões do país estão mais presentes dentro dessa rede de fazendas? E quais tipos de produção predominam?
Hoje temos presença expressiva no Cerrado e na Amazônia, com forte incidência de propriedades de soja, milho, algodão e pecuária de corte. Mas também estamos presentes no Pantanal, na Mata Atlântica e no Pampa. Trabalhamos com diferentes perfis de produção e tamanhos de propriedade, sempre respeitando a vocação produtiva e as particularidades regionais.
Quais são os maiores aprendizados e desafios ao escalar um modelo de monitoramento socioambiental no Brasil?
Um dos maiores aprendizados é que é possível fazer sustentabilidade em escala, desde que com base técnica, proximidade e escuta ativa. Um dos grandes desafios é traduzir as exigências de mercado em ações concretas para o produtor. E isso requer muito mais do que tecnologia: requer mediação, confiança e tempo.
Além do Brasil, a empresa já iniciou atuação internacional. Como estão os resultados lá fora e quais os próximos passos?
Nossa atuação internacional está em fase de consolidação. Já iniciamos projetos no Paraguai, México, Colômbia e recentemente expandimos para a Argentina, com boas perspectivas. O modelo da Produzindo Certo, por ser baseado em tecnologia e inteligência socioambiental é replicável em outros contextos.
Qual é a visão de futuro da Produzindo Certo a partir de agora? Já existe uma nova meta — 20 mil fazendas, novos serviços, novos mercados?
A visão de futuro é ambiciosa, mas fundamentada. Queremos dobrar o número de fazendas no curto prazo, ampliar nossa presença internacional e seguir evoluindo nossa plataforma com novos indicadores, serviços e integrações. Mais do que monitorar, queremos ser protagonistas na transição para uma agricultura regenerativa e integrada aos desafios do clima e do mercado e que gere valor real para quem está no campo.
Qual mensagem gostaria de deixar a todos que ajudaram e ajudam a construir a história da Produzindo Certo?
Quero agradecer profundamente a todos que fazem parte dessa trajetória. Nenhuma conquista seria possível sem os produtores que confiam no nosso trabalho, sem os parceiros que compartilham da nossa visão e sem os que acreditam no nosso potencial de impacto.
A Produzindo Certo é feita de pessoas comprometidas com um futuro melhor – e é essa rede que nos dá força para seguir em frente. Seguimos juntos, com o pé no campo, a mente nos dados e o coração no propósito de construir uma agricultura que produz, conserva e transforma. O futuro é regenerativo – e ele já começou.
Fonte: Produzindo Certo