A pecuária pode desempenhar um papel significativo na captura de gases de efeito estufa (GEE) da atmosfera ao adotar práticas de manejo de solo, aumentar a eficiência produtiva e manter o desmatamento zero.
Esses são os principais achados de um estudo conduzido pelo Observatório de Conhecimento e Inovação em Bioeconomia da FGV (OCBio/FGV), em parceria com a consultoria Fauna Projetos, o Instituto Inttegra e a JBS e divulgado em primeira mão à EXAME.
De acordo com a pesquisa, 31% das fazendas analisadas removem mais carbono da atmosfera do que emitem. O levantamento foi realizado entre agosto de 2023 e maio de 2024, e avaliou 103 propriedades fornecedoras da Friboi – uma das marcas do portfólio da JBS – em 12 estados brasileiros.
“Também ficou nítido o efeito da recuperação dos pastos na redução das emissões. Esse conjunto indica, claramente, o caminho de adotar boas práticas agrícolas aumentando a eficiência e a qualidade da carne brasileira”, afirma Eduardo Assad, pesquisador do OCBio/FGV e diretor-executivo da consultoria Fauna Projetos, que integrou a coordenação do estudo.
Segundo os pesquisadores, o tempo de envio dos bovinos para processamento, a qualidade da dieta oferecida ao gado, o manejo eficiente das pastagens e o controle do desmatamento foram os principais fatores que influenciaram os resultados.
As práticas são fundamentais para reduzir as emissões e aumentar a captura de carbono nas propriedades analisadas. Além disso, os dados mostraram que a adoção de técnicas de manejo sustentável é essencial para que a pecuária contribua de forma positiva no combate às mudanças climáticas.
Mensuração de emissões com padrão internacional
Para realizar o estudo, os pesquisadores utilizaram o método de mensuração internacional GHG Protocol, desenvolvido pelo World Resources Institute (WRI) e pelo World Business Council for Sustainable Development (WBCSD).
Esse protocolo é amplamente aceito no setor e estabelece padrões para medir as emissões e remoções de GEE – a coleta de dados foi realizada mensalmente nas fazendas, permitindo uma análise detalhada das emissões ao longo do período.
Fonte: Exame