Rafael Queiroz, gerente de produtos da Linha Leite e de Reprodução da Ceva Saúde Animal, empresa associada da Mesa Brasileira.
A pecuária desempenha um papel fundamental na segurança alimentar global, proporcionando carne, leite e outros produtos essenciais. Contudo, à medida que a demanda aumenta e as preocupações ambientais se intensificam, a busca pela sustentabilidade na pecuária torna-se imperativa. Para a Ceva Saúde Animal, a integração eficiente de práticas que promovam o bem-estar animal, a saúde do rebanho e o desempenho produtivo torna-se indispensável para que os negócios possam causar um impacto positivo nas pessoas, na sociedade e no meio ambiente, contribuindo para um planeta mais sustentável.
Nesse contexto, o bem-estar animal, reconhecido como fundamento essencial, impacta diretamente a eficiência produtiva na bovinocultura. Práticas que promovem um ambiente propício ao conforto, reduzindo o estresse e atendendo às necessidades comportamentais dos animais, proporcionam resultados positivos. Pesquisas, como as de Grandin (2019), destacam que animais criados com o manejo adequado apresentam melhor saúde e maior potencial zootécnico.
Outro componente fundamental é a implementação de programas sanitários eficazes que incorporam medidas preventivas para mitigar o risco de doenças infecciosas e minimizar as perdas econômicas associadas a tratamentos e mortalidade.
As zoonoses como a brucelose, aftosa e raiva contam com programas governamentais focados em seu controle e erradicação, mas outras doenças com potencial impacto produtivo devem estar no radar dos pecuaristas.
É o caso das clostridioses que acometem os animais de produção, como o botulismo, as enterotoxemias, a gangrena gasosa e o carbúnculo sintomático (manqueira). Por isso,um calendário sanitário elaborado para a fazenda de acordo com as categorias existentes e os momentos esperados de desafios deve ser cumprido à risca para prevenir os prejuízos e garantir a sustentabilidade do negócio.
A vacinação é ponto principal de um manejo sanitário robusto, mas as doenças e a perda de desempenho causada pelas infestações parasitárias também impactam na qualidade da produção da fazenda e principalmente na saúde e bem-estar dos animais.
A incidência de parasitas internos (verminoses) e externos (carrapatos, moscas, bernes) tende a ser significativa. Estes agentes podem interferir na ingestão de alimentos e, também, serem transmissores de doenças importantes para os bovinos.
O controle efetivo de parasitos emerge como um fator-chave para promover tanto o bem-estar animal quanto o desempenho produtivo. Para ambos os casos, os endectocidas são consideradas excelentes opções, uma vez que são capazes de combater parasitas internos e externos na maioria dos casos com apenas uma única aplicação.
Outro aspecto relevante ao pensarmos na sustentabilidade é a busca por estratégias inovadoras para aprimorar o desempenho animal. Neste sentido, a suplementação injetável ganha destaque. Estudos, exemplificados por S. L. Hansen et al. (2014), apontam que a administração direta de suplementos nutricionais otimiza a absorção de nutrientes, resultando em ganhos de peso mais eficientes e, consequentemente, em uma produção mais eficiente.
Em síntese, a sustentabilidade na pecuária bovina requer uma abordagem integrada, considerando não apenas o bem-estar animal, mas também a saúde do rebanho e estratégias inovadoras de melhoria de desempenho. A adoção dessas medidas não é apenas uma escolha, mas sim uma estratégia para assegurar a sustentabilidade a longo prazo do negócio.
Fonte: Feed&Food