Nosso mundo foi e é construído por escolhas que definem caminhos e consequências. No varejo, quando falamos de transição alimentar e de consumo, também estamos falando de escolhas. Nossas escolhas estão ligadas à consciência que existe quando temos conhecimento. Como exemplo, ao saber que determinado produto pode afetar a nossa saúde, nós escolhemos se continuamos a consumir ou evitar. Da mesma forma, esse livre arbítrio funciona para apoiar o consumo de alimentos que podem causar bem ou mal para outras pessoas e para o meio ambiente. Como seria a sua escolha se descobrisse que determinado produto causa prejuízo para a natureza e para pessoas?
O grande ponto de mudança entre um consumo consciente ou não consciente, está em nosso interesse em conhecer mais sobre as coisas. Quando vamos ao supermercado, por exemplo, quais questionamentos levamos em consideração para escolher o estabelecimento? Eu pesquiso sobre projetos ambientais e sociais construídos por esta empresa antes de escolhê-la? Quais critérios tenho que considerar para ser agente das mudanças que eu quero na sociedade?
Quando iniciei minha jornada profissional no varejo, eu escolhi trabalhar em um segmento que lida com algo essencial: a alimentação. E dentro do mundo do alimento descobri que temos muita responsabilidade sobre nossas escolhas de consumo, pois patrocinamos o mundo a nossa volta com elas. Somos microinvestidores em todos os momentos que decidimos comprar qualquer coisa.
Poder construir ações para promover acesso à alimentação, para que o maior número de pessoas possa ter direito a uma alimentação justa e democrática, pra mim é um privilégio. Em 2018, quando o movimento Act For Food foi lançado, tendo como principal objetivo apoiar o combate ao aquecimento global, as mudanças climáticas e o impacto do clima da terra na produção de alimentos, eu vi uma grande escolha sendo tomada por nós: liderar a transição alimentar no país. Isso significa promover produtos que respeitem a natureza, a sociedade e a saúde das pessoas, tendo o desafio de criar cada vez mais transparência e acesso ao consumidor sobre a origem e as histórias de impacto por trás dos produtos.
Investir em projetos na cadeia produtiva da pecuária, por exemplo, como o que mantemos há anos no norte do Mato Grosso, em parceria com IDH e demais parceiros, criando oportunidade de desenvolvimento de pequenos produtores, sua inclusão e reconhecimento frente a uma cadeia produtiva e do consumidor, faz parte deste processo educativo para o consumo. Ter os produtos deste projeto lançados na loja mais popular em São Paulo, também foi uma escolha ligada ao propósito de democratizar a alimentação sustentável, pois queremos que produtos sustentáveis não sejam para poucas pessoas.
Promover o consumo consciente, valorizar a biodiversidade, permitir a inclusão de produtores locais, em linha com nossas estratégias consolidar a produção de alimentos em paisagens sustentáveis, tem sido nossa escolha. Para patrocinarmos o mundo que queremos e precisamos!
Lucio Vicente é Diretor de Assuntos Corporativos e de Sustentabilidade do Grupo Carrefour Brasil, empresa associada ao GTPS.
Artigo publicado originalmente na edição 182 da revista Feed&Food.