Na sexta-feira (23/04), a gerente executiva do Grupo de Trabalho da Pecuária Sustentável (GTPS), Luiza Bruscato, participou do 3º webinar promovido pelo Imazon – Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia. Com o tema: “Para onde vai a Boiada?”, a discussão abordou, dentre vários assuntos, a lucratividade e a manutenção dos produtores na pecuária, e a regularização da atividade na região amazônica.
Durante a live, a representante do GTPS ressaltou as dificuldades de gestão dos produtores rurais em encarar a atividade como um negócio. Segundo ela, a pecuária é um trabalho muito complexo e difícil de ser administrado, e alguns produtores, por muitas vezes, não possuem um sistema de gestão adequado, o que dificulta no entendimento de quesitos fundamentais para a sustentabilidade.
Sobre a pecuária na região amazônica, Luiza enfatizou que os acordos firmados pelos frigoríficos foram positivos, porém trouxeram um problema com relação à exclusão de alguns produtores. “Lá atrás houve uma pressão para que os frigoríficos assinassem os termos de ajuste de conduta (TACs) para uma cadeia livre de desmatamento. Porém, criou-se um problema que foi a exclusão de parte de produtores rurais que não se adequam aos critérios estabelecidos, e os frigoríficos que não assinaram os termos. Dessa forma, continua existindo um mercado à margem desse sistema, e para esta parte do problema ainda não achamos a solução”.
Segundo Paulo Barreto, pesquisador associado ao Imazon e moderador do debate, o setor público tem papel fundamental no avanço da pecuária na Amazônia. “É preciso estrutura pública, de regras e fiscalização. Se o papel do estado não funciona bem, a ilegalidade prevalece”.
Fechando a live, Jordan Timo Carvalho, que é pecuarista e diretor da Niceplanet Geotecnologia, uma das 53 empresas associadas ao GTPS, que já tinha apresentado a Amazônia como um território enorme que não teve planejamento, defendeu iniciativas privadas para estruturar o ambiente. “A iniciativa privada tem que tomar a dianteira, sem esperar pelo governo. As empresas com interesse na legalidade e que devem ganhar dinheiro, seja por meio de commodities da agropecuária ou via carbono, precisam apresentar soluções tecnicamente possíveis, legalmente aceitáveis e economicamente viáveis para que o produtor rural consiga avançar trilhando os caminhos da sustentabilidade e do bom mercado”, encerrou Carvalho.
Assista ao webinar na íntegra.